terça-feira, 14 de julho de 2009

CineMúsica celebra a tradição clássica em 2009

Conservatória realiza de 4 a 7 de setembro a 3ª edição do CineMúsica.


O Festival CineMúsica, nas suas duas edições realizadas, demonstrou grande fôlego e conquistou prestígio, recebendo várias pré-estreias nacionais e número significativo de presenças da área cinematográfica, entres cineastas, diretores, produtores, especialistas em som de cinema e mixagem e atores.


Com uma vertente nostálgica que combina com Conservatória, a cidade das serestas onde se realiza: celebra os cinemas de rua, tradição que está muito bem representada pelo Cine Centímetro, uma réplica perfeita do saudoso Metro Tijuca, que não só homenageia o cinema enquanto arte como torna-se um dos palcos privilegiados do CineMúsica, ao abrigar pré-estréias, sessões especiais e debates.


Após celebrar o “choro brasileiro” em 2007, movimentar Conservatória em 2008 com a temática “samba e carnaval”, com direito a presença do musical cênico Sassaricando – E o Rio inventou as Marchinhas e da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis na cerimônia de encerramento, o CineMúsica celebrará a “tradição clássica” em 2009, homenageando os 50 anos de morte de Villa Lobos com as suas cirandas em concertos sinfônicos, cênicos e cortejos e os 100 anos de nascimento de Carmen Miranda com muita música e dança.


O evento recupera o trabalho de compositores eruditos que se dedicaram à composição de trilhas musicais para cinema e criaram a tradição do setor no Brasil. São nomes como Camargo Guarnieri, Guerra Peixe, Cláudio Santoro e Heitor Villas Lobos, seguidos pelos maestros Lyrio Panicalli, Gabriel Migliori e Enrico Simonetti. Representantes da vertente nacionalista da música erudita, esses compositores se valeram dos temas, ritmos e instrumentos da musicalidade popular e encontram no cinema em espaço adequado de aplicação de suas idéias, já que a sétima arte tinham nos anos 40 e 50 enorme apelo popular. Síntese dessa convergência são os maestros e compositores Radamés e Alexandre Gnatalli, este último a Personalidade Sonora do Cine Música 2009 e grande homenageado do festival. Serão exibidos clássicos como “O Canto do Mar” de Alberto Cavalcanti, música de Cláudio Santoro, e “O Cangaceiro” de Lima Barreto, música de Gabriel Migliori.


O festival terá este ano um número maior de filmes contemporâneos, sempre voltados para o universo da música e também homenageará profissionais do campo do som, como o mixador Carlos Della Riva, responsável por grande clássicos do Cinema Novo brasileiro, como “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, de Glauber Rocha, e “Os Herdeiros”, de Carlos Diegues.

Na composição de sua programação, o CineMúsica contempla sempre o público infantil e a rede pública municipal de ensino, que utiliza o cinema como ferramenta pedagógica. As sessões infantis acontecem o Cine-Tela Brasil, oferecimento do grupo CCR, patrocinador ao evento. O público universitário tem sessão especial com debate e pode também acompanhar a série de entrevistas “Direto do Set”.


Promovido pela Casa de Cultura de Conservatória - presidente Sérvio Consentino -, o CineMúsica se credencia pelo nível dos seus patrocinadores. CCR NovaDutra e CCR Ponte, o Grupo MPE, a Light S.A., a Eletrobrás, a Petrobras e o Governo do Estado, através do Vice-Governador Luiz Fernando Pezão, prestigiam esse Festival, certificado na Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet/Ministério da Cultura e na Lei do ICMS/ Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro.


Em 2009, após duas edições de muito sucesso, o CineMúsica busca consolidar-se de uma vez por todas no calendário de festivais cinematográficos do Brasil. Para isso, contará, mais uma vez, com uma programação que mescla aguardadas pré-estreias com clássicos do cinema brasileiro, especialmente selecionados pelo curador do Festival, o professor e pesquisador Hernani Heffner.


Único festival brasileiro dedicado ao universo do som no cinema, o CineMúsica premiará os filmes que se destacaram em desenho, efeitos e mixagem de som, captação e edição de som, e trilha sonora, em 2009.


“Apesar da noticiada ‘crise’ confiamos em sucessivos sucessos do CineMúsica. O tema dessa 3ª edição por certo se realizará por todos os festivais vindouros: Clássico. CineMúsica, o clássico dos festivais”, destaca Ivo Raposo Jr., Presidente do Festival e responsável pela construção e manutenção do Cine Centímetro. Palco das principais pré-estreias do CineMúsica, o Centímetro se junta ao Cine-Tela Brasil e à Praça da Matriz – Cine como os pontos de exibição do festival.


Além de quatro dias de muito cinema e música, a população e os visitantes de Conservatória poderão conferir ainda o Sabor CineMúsica, evento gastronômico que integra a estrutura do CineMúsica, com coordenação e curadoria de Maria Lúcia Cautieiro Jardim,e Sheila dos Santos Valle.


O CineMúsica é, sem dúvida, um festival completo porque reúne várias artes: o cinema, a música, a arte cênica, a dança e a gastronomia. Cinéfilos, artistas e gourmets terão, portanto, grandes oportunidades de ver bons filmes, assistir shows, concertos sinfônicos e ainda, degustar cardápios novos e criativos, ligados à temática do cinema.




domingo, 1 de junho de 2008

CineMúsica exibe clássico de Humberto Mauro

Os amantes da sétima arte terão uma oportunidade única na abertura do II CineMúsica. Na noite do dia 4 de setembro, o festival exibirá o clássico do cinema mudo “Braza Dormida” (1928), dirigido pelo primeiro grande cineasta brasileiro, Humberto Mauro.

A exibição do filme contará com uma trilha sonora especialmente composta por Luiz Eduardo Pereira, que estará ao piano, e executada em grande estilo por uma orquestra convidada. Imperdível!

Cinema volta a Conservatória

Capital mundial da seresta, a aconchegante cidade de Conservatória entra definitivamente no calendário de festivais cinematográficos do Brasil. Pelo segundo ano consecutivo a cidade recebe o CineMúsica, um encontro perfeito da sétima arte com a música e todas as formas de som que integram a mágica vivida na sala escura.



Entre os dias 4 e 7 de setembro, o II CineMúsica irá movimentar Conservatória, dando acesso à população local a filmes clássicos do cinema nacional, além de lançamentos inéditos. E você pode ficar por dentro de tudo isso aqui no blog, que será atualizando constantemente com as novidades do evento.

sábado, 31 de maio de 2008

Por que falar de som?


Sabe quantos festivais de cinema acontecem hoje no Brasil, segundo os registros da ANCINE e do Fórum dos Festivais? Exatos 172. Haja filme! E no entanto, desses, somente o CINEMÚSICA tem a proposta de voltar-se para a área do som no cinema.

Quase sempre apontado como o vilão dos filmes nacionais, o som tem ganhado toda uma nova força na tela grande, muitas vezes atuando como um verdadeiro ator coadjuvante. E é importante que um festival de cinema abra espaço para que os conhecimentos e a memória técnica dessa importante área do cinema sejam compartilhados com os jovens iniciantes, estudantes de cinema e demais interessados.

O mito do "som ruim" no cinema nacional, alimentado durante anos e apontado como um dos motivos para que muita gente torcesse o nariz à importante cinematografia nacional, tem sido injustamente usado pelos interesses estrangeiros para desqualificar o cinema brasileiro.

A explicação para aquele som abafado e muitas vezes baixo demais não está na qualidade do trabalho de edição e mixagem. Longe disso. O que ocorre é que os filmes brasileiros são mixados na faixa de 90 a 100 decibéis, familiar aos nossos ouvidos, à nossa cultura e à linguagem do nosso cinema. Os filmes americanos, por exemplo, que na maioria esbanjam efeitos sonoros espetaculares e tiram enorme partido dos ruídos, são mixados a 130 decibéis, faixa que por sua vez combina com a cultura e os estímulos cultivados por aquela sociedade.

É provável que você se pergunte: ué, mas se as máquinas são as mesmas e os cinemas são os mesmos, porque é que os filmes brasileiros eram difíceis de ouvir e os estrangeiros não? Ora, é muito simples: como a altura do som das máquinas estava programada para o nível de 130 decibéis, ninguém se lembrou de orientar os operadores para que simplesmente abaixassem o som, adequando-o à faixa de 90-100 decibéis dos filmes nacionais.

Quer dizer, ninguém não. O cineasta Luiz Carlos Barreto, um dos pilares da nossa produção cinematográfica, tem essa preocupação. Em todas as latas do seu recente filme "O homem que desafiou o diabo", está colado um adesivo que diz mais ou menos o seguinte: SR. OPERADOR, ESTE FILME SERÁ MELHOR COMPREENDIDO SE O SR. BAIXAR O VOLUME ATÉ A FAIXA "X". Pronto, resolve-se o problema com um simples ajuste da máquina. E, como se pode ver nos filmes mais recentes, parece que a orientação que Barreto estampa na própria lata tem sido dada, de outras formas, aos operadores, pois praticamente ninguém reclama mais do som dos nossos filmes, grande parte dos quais têm ampla aceitação em vários mercados internacionais.

No I CINEMÚSICA, o sonoplasta e professor Fernando Morais deu uma palestra sobre o som no cinema e destacou que, se alguém - leigo ou profissional - aprende mais sobre o som, na pior das hipóteses saberá "ouvir" mais atentamente um filme. Perceberá melhor a intenção por trás do som e o seu papel na construção do próprio enredo. José Luiz Sasso, veterano que mereceu, no ano passado, o troféu "Personalidade Sonora 2007", falou sobre a história do som no cinema, os avanços e as evoluções dos sistemas sonoros, dos quais a última palavra é o THX, padrão de qualidade que ainda não chegou aos cinemas brasileiros, mas caminha celeremente para isso.

Juntar trilha sonora, diálogos, o silêncio - um som dos mais importantes para a criação de certos climas -, os ruídos externos e tudo o mais, é o papel da mixagem. Os mixadores são, portanto, diretores à sua maneira. Geraldo José, um dos bambas da mixagem, foi homenageado como o Destaque CineMúsica 2007 e falou com paixão do seu trabalho.

No II CINEMÚSICA, cresce o espaço do som, com oficinas especificas que estão sendo pensadas para oferecer aos alunos uma experiência de verdade com o som de cinema. Além disso, grupos de profissionais vão se reunir para discutir os caminhos dessa arte tão crucial para a realização de um bom filme.

Em breve, aqui, mais discussões sobre o tema, com entrevistas, depoimentos e trechos de artigos. Aguarde!